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Fui


tantas coisas fui.

escritora, preenchi entrelinhas

cheias de um silêncio que não quis ouvir.

pintora, colori paisagens

cheias de um cinza bruto,

desbotado pelas mãos de um tempo

ainda vívido, que fingi não existir.

fotógrafa, registrei momentos

que devia simplesmente ter deixado ir.

apegada a desmerecidas lembranças,

papéis vãos desempenhei

sobre feridas que cresciam.

tantas coisas fui,

leal a um coração ávido

por construir em terreno movediço.

tantas, tantas coisas fui

e nenhuma delas me deu a paz

que sentiria em não ter sido.

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