foi quando cessei o caminhar
de pernas cansadas e um horizonte incerto
que aquele belo cavalo surgiu
era livre e exibia com paixão
seu apreço pela falta de sela
não tinha um estábulo onde repousar
seu teto eram as estrelas
e o brilho natural da lua
quis minha companhia
até mesmo se dispôs a carregar meu mundo
não lancei em suas costas nem o que me afligia
nem a mim mesma, mas me permiti
assistir à vida e experimentar a liberdade
como um corcel selvagem
corremos juntos pelas colinas até o entardecer
quando repousamos ao lado um do outro
exaustos de beber das novidades
esse belo cavalo carrega
marcas profundas sob a lustrosa pelagem
quero curá-las com meus lábios
e lhe dizer o quanto sou grata
por compartilhar comigo o
manto de estrelas que é sua morada
atento como parece,
tenho certeza de que ele sabe...